Não Há Barreiras para o Clássico “Não Há Barreiras”

Por Aleckson Marcos

Composição de Elvis Tavares, que se tornou conhecida na voz de Álvaro Tito, “Não Há Barreiras” mostrou pra que veio: romper altas barreiras.

O clássico de 1986 conseguiu superar o ceticismo dos diretores da Polygram em relação à ousadia do próprio Álvaro em produzir, arranjar e executar bateria do LP que recebeu o mesmo título. Somado a isso, ainda havia a resistência dos setores mais conservadores da igreja brasileira em relação à versatilidade e inovação que o então jovem de 21 anos trazia em seu novo projeto.

Já se passaram 34 anos e aquele impulso inicial que a música recebeu foi capaz de mantê-la viajando por 3 décadas e, por fim, atravessar o século, atingindo a nova geração de novos fãs, bem como artistas que reconhecem o seu valor histórico dentro do segmento evangélico e até fora dele. Sim, pois a realidade das plataformas digitais e das redes sociais facilitaram o acesso à nossa música, possibilitando o seu alcance para além das comunidades evangélicas. Essa também é outra barreira que o hit de 1986 transpôs.

Unidade interdenominacional é uma utopia, porém “Não Há Barreiras” mais uma vez rompeu rótulos e continua sendo executada até mesmo em igrejas muito criteriosas em relação ao que é produzido em outras denominacões, como a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Essa foi a intenção do autor em não segmentar a música a um subnicho evangélico, tendência cada vez mais comum na música gospel.

Diversas foram as regravações feitas por artistas, como Adriana Maya (primeira cantora a regravar), Jeane Mascarenhas, Alex Gonzaga, Banda e Voz e até os recentes feats que o cantor fez com William Nascimento e DJ Alpiste. Mais recente ainda e conforme noticiou o Reviva Gospel, a banda LC 21 fez uma releitura da música com participação do próprio Álvaro, adaptando-a ao Worship, coisa que a versatilidade do Álvaro não encontra nenhuma dificuldade de adaptação. Convém destacar que exatamente há duas semanas a Universal Music liberou o clipe “Não Há Barreiras”, de Eli Soares com participação especial do Álvaro Tito, releitura que faz parte do DVD “Memórias”, gravado em outubro de 2019, em Belo Horizonte. Até mesmo para o futuro já tem regravação em estúdio e, dessa vez, o salto de 1986, conforme falei anteriormente, chegou no cantor e ex-senador da República, Magno Malta, que deverá lançar uma nova versão nos próximos dias em ritmo de samba.

Conforme vemos, “Não Há Barreiras” superou as barreiras do tempo, das denominações evangélicas, do mercado gospel e chegou em nossos dias com vigor renovado, com pulso para adentrar à eternidade. As variadas versões que recebeu, especialmente nos últimos meses, sugerem uma reflexão que deve ser levada a sério: quando a moderna música gospel conseguirá emplacar hits que se sustentem para a posteridade?

One thought on “Não Há Barreiras para o Clássico “Não Há Barreiras”

  • 02/06/2020 em 17:47
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    Excelente texto meu caro, informações surpreendes e curiosas sobre essa bela e icônica canção, parabéns?

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