Dou-me por suspeito!

Por Elvis Tavares

Na lei brasileira o instituto da suspeição é aquele em que se questiona a atuação de um juiz frente a processo onde haja parte que lhe seja comum, portanto, podendo prejudicar suas decisões para o bem ou para o mal. Mas este post não é para abordar a suspeição prevista no ordenamento jurídico. A minha suspeição aqui está relacionada ao talento musical do cantor Álvaro Tito desde que, pela primeira vez, pôs voz num acetato de vinil no começo dos anos 1980. Por que eu me daria por suspeito para uma análise vocálica e instrumental da performance musical de Álvaro? Talvez o maior argumento dessa suspeição seja porque iniciamos nosso primeiro diálogo sobre música no final da década de 70 estando eu perto dos quinze anos de idade e ele dos onze. Não vou me estender aqui. Dou-me por suspeito desde já! E não justifico minha suspeição por ter em Álvaro Tito o principal intérprete de músicas que compus – sim, aquele bate-papo na fase infanto-juvenil avançou para os estúdios de gravação. Na verdade já havia declarado essa minha suspeição específico-musical várias vezes nesses anos todos. Mas, concluindo, hoje preciso redeclarar a bendita suspeição. Senhoras e senhores, dou-me por suspeito após reouvir Álvaro Tito cantando a música Carregando Piano. Minhas razões de suspeição? Apurem os vossos ouvidos e ouçam essa música. Não darei spoiler sobre o que Carregando Piano traz em termos de interpretação, arranjo, vocais, criatividade etc. E tenho a razão para me privar disso. Afinal, sou extremamente suspeito.

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